Amizade Maldita
Evilyn é filha única. Seu lugar favorito para passar o tempo é o quarto dela e sua diversão são seus livros.
Não era totalmente só, tinha uma amiga que ninguém a enxergava e somente para esta amiga que conta todos os seus segredos.
Estava em seu quarto lendo, quando sua amiga aparece com uma proposta: Trazer ela ao mundo real.
Ela saltou e paralisou. Ficou alguns segundos observando-a e questionou.
― Como assim, mundo real? - perguntou-se sentindo um pouco confusa.
― Isso mesmo! Quero me tornar real!
― Mas como iremos fazer isso? É possível? - continuou encarando-a.
― Sim e eu já tenho tudo em mente - pausou -, só temos de achar um corpo recém-morto e que a causa seja morte natural, sem arranhões e com todas as partes do corpo em seu devido lugar. Pode ser homem ou mulher, não me importo com isso! É só me entregar o corpo que eu me encarrego do resto. - sorriu.
― Hum... Não sei como vou conseguir um corpo. Você tem alguma ideia? - ainda confusa com a proposta.
― Podemos ir ao um velório, que tal? - encarando sua amiga com um sorriso em seu rosto.
― Roubar o corpo? Não! Isso eu não faço.
― Matar alguém, então? - encarando-a sem nenhuma expressão.
― Melhor do que roubar, não é? - Evilyn sorriu. ― Mas como farei isso sem ser descoberta?
― Podemos ir a um lugar mais calmo da cidade. E eu sei onde! - sorriu novamente.
― Tá, vamos logo! - se levantou e pegou sua mochila.
― Calma! Não é assim. Lembre-se que você fica a maior parte de seu tempo aqui no quarto e você sair vai ser estranho. Temos que pensar o que vai falar para os seus pais.
― Mas o que vamos falar? - pausou. ― Já sei! Que eu vou até a casa de uma amiga da escola. O que acha?
― Você acha mesmo que eles irão acreditar? A única amiga que você tem, está viajando.
― Então o jeito é fugir mesmo! Não vejo outra saída à não ser essa. - disse pegando a mochila e guardando algumas algumas coisas.
Colocou sua mochila debaixo da cama e foi até a cozinha para tentar distrair sua mãe. Conversaram por alguns minutos, mas foram interrompidas pela chamada urgente do hospital. Sophine tinha que fazer plantão. Deixou almoço e janta prontos e foi tomar banho às pressas, vestiu seu uniforme, despediu-se de sua filha e foi trabalhar sem imaginar que era a última vez que estava vendo sua filha.
Evilyn esperou sua mãe sair, esperou alguns minutos e chamou sua amiga.
― Keera, pode vir! Minha mãe já se foi! - gritou.
Cinco segundos depois ela apareceu e começaram a pensar num plano para que Evilyn não fosse vista na rua e ninguém suspeitasse. Pegou sua mochila, saiu pela porta dos fundos, seguiu até o ponto de ônibus mais perto e entrou num ônibus onde parava perto do parque abandonado. Durante o trajeto, Evilyn tentava se esconder o máximo possível já que a cidade onde mora é pequena e sua mãe é uma médica muito conhecida pela região. Vinte minutos depois chegaram ao destino e assim que Evilyn saiu do ônibus, sua amiga puxou para um canto e apontou para um homem que aparentava ter 40 anos.
― Está vendo aquele homem alto com cabelo preto e penteado para trás? Ele será nossa isca! O plano é o seguinte: Vá até ele e diga que se perdeu, fala que você mora perto daqui.
Evilyn descrente desse plano foi até o homem e disse-lhe.
― Desculpe-me atrapalhar o Senhor, mas é que me perdi. Peguei o ônibus errado e parei aqui. Pode me levar até este endereço - mostrou o papel - se eu não chegar antes das 14:00 minha mãe vai ficar preocupada.
Sem pensar duas vezes ele aceitou em ajudá-la. Fez uma ligação dizendo que ia demorar um pouco, desligou e foi para o destino. Mal ele sabia que não iria voltar para o seu trabalho. Keera já estava no local à espera deles.
Quando estavam perto do local onde o ritual iria acontecer, Evilyn deu uma pancada na cabeça dele, amarrou e colocou uma mordaça e gritou pela Keera. Antes dele acordar, pegaram as velas e o livro para o ritual. Evilyn fez exatamente como sua amiga pediu, mas percebeu que não era o ritual que esperava. Antes mesmo de terminar, sua amiga começou comer o homem, comia como um animal faminto, sem se importava com a presença de sua amiga.
Após devorar quase todo o corpo, Keera olhou para sua amiga e disse com um sorriso macabro.
― Na verdade este homem era para alimentar-me. O corpo de quem vou possuir é o seu minha querida amiga. - sorriu e soltou uma risada.
Antes mesmo de Evilyn fugir, Keera invadiu seu corpo, terminou de se alimentar e esperou anoitecer para terminar seu plano.
Ao anoitecer foi para casa de Evilyn. Já que estava no corpo dela, poderia inventar qualquer história. Limpou-se, pegou o ônibus e foi para a casa de sua amiga. Ao chegar no portão ela começou a gritar pelo pai dizendo que foi sequestrada, mas para sua surpresa os dois estavam em casa. A mãe de Evilyn se sentiu mal e foi para a casa.
Os dois foram correndo até o portão desesperados. A mãe já estava em prantos e o pai furioso. Evilyn - ou Keera - chorava desesperadamente. Seus pais abriram o portão depressa e eles entraram.
Ao entrarem as perguntas vieram como uma bomba, uma atrás da outra.
― Fizeram algo com você? Te machucaram? Roubaram algo da casa? - perguntava a mãe.
Após responder todas as perguntas, ela pediu um copo d’água. Ao ver que Marcel, pai de Evilyn estava na cozinha também, esperou a Sophine ir para a cozinha, assim facilitaria para ela. Após alguns segundos Keera foi para a cozinha e fingiu um desmaio. Quando Marcel se aproximou, ela o matou. Sophine muito assustada com a reação de “sua filha” começou a gritar, mas também não deu tempo de se defender porque foi atingida por um golpe. Keera já tinha tudo em sua mente. Após matar, começou a come-los com alvoroço, mas ainda não satisfeita, teve mais um plano, ligar para a polícia dizendo que invadiram a casa e mataram os pais de uma forma brutal.
Foi para a sala, ligou fingindo estar desesperada e explicou toda a história. Assim que ela contou, enviaram uma viatura depressa. Após desligar o telefone foi se esconder. Cinco minutos depois a viatura chegou e entraram na casa com armas apontadas. Keera começou fingir que estava chorando para que fossem até ela e disse que tinha visto o homem indo em direção a cozinha, mas assim que eles viraram, ela conseguiu matar um por um. Comeu todos os corpos e se sentindo satisfeita, saiu do corpo de Evilyn e foi em busca de uma outra vítima.
Até hoje ninguém sabe do ocorrido.
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