A Sombra Maldita
Em 13 de outubro de 1994 habitava na cidade um homem de trinta e quatro anos, que chamava-se Alberto. Morava com seus dois filhos, Marcelo de nove anos de idade, Angélica de quatro anos e sua esposa, Fernanda, de trinta e seis. Ele era conhecido por todos pela sua agressividade com sua família e por beber excessivamente. Apesar dos milhares de boletins de ocorrências a polícia não se importava tanto já que Alberto era um dos mais próximos do prefeito. Ele dizia para seus amigos policiais que as pessoas diziam por inveja da grande amizade que tinham.
Numa tarde de sexta-feira Alberto já havia bebido mais do que o costume e foi para a sua casa agressivo. Ao chegar em sua casa, bateu em sua esposa e em seus filhos. Sua esposa Fernanda o golpeou e conseguiu escapar junto com os filhos indo em direção à delegacia. Ao chegarem lá e os policiais verem o desespero deles e os machucados dos três, perceberam que a vizinhança estava certa. Sem nem esperar um minuto sequer, foram até à residência, mas ao chegarem, viram que Alberto havia falecido.
Desde sua morte dizem que Alberto vaga pela pequena floresta. Dizem que ele acha ainda estar em nosso mundo, portanto vive assustando as pessoas e até mesmo sequestrando-as.
Era uma tarde de sábado quando eu e meus amigos resolvemos passar à noite na “floresta” que habitava a tal sombra “assassina”. Todos que entravam desapareciam ou presenciavam a tal sombra.
Enquanto decidíamos o que iriamos levar, resolvemos tentar descobrir o mistério. Pegamos tudo o que era preciso, roupas, comidas, e mais algumas coisa de sobrevivência, pois afinal, iríamos passar uma noite naquela mata arrepiadora.
Pegamos as coisas e logo chegamos. A viajem foi rápida, não era longe da cidade. Quando chegamos logo percebemos que o clima de lá era muito denso. Pegamos as nossas coisas e começamos a caminhar para ter conhecimento do local. Conheço muita histórias de mortes por aqui. E uma delas é de uma garotinha de 10 anos que se perdeu durante um passeio com o seu pai. Diziam que os dois estavam fazendo piquenique e a “sombra” a raptou. Relatos dizem que ela acenou em direção a floresta e depois sumiu. Até hoje o corpo dela não foi encontrado.
Depois de uma longa caminhada chegamos onde queríamos, que é o ponto principal, onde era mais frio e as pessoas desapareciam com mais facilidade - desde criança gosto de sentir o medo, então resolvi escolher este local -, meus amigos não gostaram e logo vieram dar sermão apesar de eu ser a mais velha entre nós três.
― Camila, não vá! É perigoso! Você se lembra daquele caso de dois mil e doze? Não é confiável! – disse um de meus amigos.
Consegui convence-los. Armamos uma enorme barraca e começamos acender uma fogueira, conversa vai e conversa vem, quando decido ir sozinha caminhar pelo local. Meus amigos queriam ir comigo, pois era perigoso andar sozinho, mas eu queria sentir o perigo sozinha, então eles deram conselhos e me deixaram ir.
Comecei a caminhar lentamente para conhecer melhor a “floresta” - era bem silenciosa e não havia pássaros nela, acredite! Estava muito frio e já era bem tarde. Tudo escuro e aquele silêncio do jeito que eu gosto. Caminhando lentamente e observando, quando do nada sinto alguém atrás de mim. Logo achei que era um dos meus amigos, falei que não gostava desses tipos de brincadeiras, mas depois percebi que não era nenhum dos dois pela demora de me responder - podia ser um animal, não é? -. Voltei a caminhar lentamente como antes, continuava sentindo aquela presença ali perto de mim.
Olhei para trás e nada vi, olhei para os lados e nada também. E pela primeira vez eu estava começando sentir medo. Continuei andando quando me deparo com algo estranho, uma sombra negra. A forma dela parecia humana e estava flutuando. Fiquei escondida e só observando. Quando ouvi passos vindo em minha direção eu fechei os olhos e respirei fundo, prestei atenção nos passos se aproximando de mim e senti uma respiração em meu pescoço. Viro rapidamente, mas não vejo nada, então olho onde aquela sombra estava e não a vejo mais. O que realmente era? Será que essa respiração tinha algo a ver com a sombra?
Então voltei a andar normalmente quando ouço um barulho muito alto, olho para trás e dou de cara com a sombra. Nesse instante minha respiração ofegante e meus movimentos pararam, fiquei paralisada observando e logo depois a sombra sumiu.
Voltei correndo para onde a nossa barraca estava, contei tudo e de imediato pegamos nossas coisas e voltamos para nossas residências.
A única pergunta que eu me faço até hoje é: será que foi esta sombra que raptou a menininha do parque?
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