Pequenos Olhos Negros

No relógio marcava 20h00 quando Pietro estava saindo do trabalho e o local por onde sempre passava para ir embora era sempre vazio. Enquanto caminhava em direção à sua casa, começou ter uma leve impressão de que estava sendo perseguido, mas achou que fosse coisa de sua cabeça e continuou sua  caminhada. Alguns minutos mais tarde tornou sentir estar sendo perseguido, porém não deu atenção e seguiu seu caminho.
Minutos depois, finalmente havia chegado em sua casa, mas antes de abrir o portão, olhou para trás e deu de cara com 3 crianças paradas e cabeças abaixadas. Suas roupas estavam limpas e sem nenhum rasgado por elas. Pareciam ter por volta de 13 anos de idade.
Pietro logo estranhou, mas pensou que estariam perdidas. Aproximou-se e perguntou o que faziam por ali naquele horário e sozinhas quando uma das crianças deu um passo a frente e respondeu sem parar de encarar o chão.
― Poderia nos ajudar, Senhor? – perguntou a criança – Estamos perdidos e com fome. - respondeu com tom de choro.
― Mas é claro! – respondeu Pietro se abaixando e pegando dinheiro de seu bolso.
Mas quando foi entregar para a criança do meio, começou uma forte chuva obrigando Pietro abrigar as crianças em sua casa.
― Nós podemos usar o telefone de sua casa? Não sabemos mexer nesse telefone moderno. ― Não vai demorar muito! – respondeu a garota.
― Não vamos lhe machucar! – respondeu a outra criança.
Sua desconfiança aumentava mais.
― Qual o seu nome? – perguntou curioso.
Nenhuma resposta foi dada.
Pietro foi para a cozinha preparar lanches para elas. Pegou pães e ingredientes para os lanches.
Ao virar-se para trás, assustou-se ao reparar que os olhos delas eram totalmente negros.       
Aproximando-se da garota, lhe questionou.
― O que houve com os olhos de vocês? É alguma doença? – perguntou com medo e ao mesmo tempo preocupado.
― Ganhamos do nosso Senhor! – respondeu com um grande sorriso em seu rosto.
Pietro ao ouvir a resposta saiu correndo em direção ao seu quarto, mas quando chegou encontrou as crianças ao lado de sua cama. Para todo lado que ele corria, elas estavam lá.
Após inúmeras tentativas de fuga, acabou se cansando. Logo seus passos ficaram lentos, fazendo com que ficasse impossibilitado de fugir. Quando aproximou-se da porta uma das crianças agarrou seu pé e puxou-o. Naquela noite oo banquete foi garantido. 

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