Os Sinais à Sua Frente
Era tarde ensolarada de um domingo. Priscila e seus amigos estavam em uma praça como de costume e então decidiram comprar sorvete.
Ao chegar no carrinho e começar conversar com o vendedor, reparou que o conhecia de algum lugar e logo lembrou que era um ex da escola, do qual nunca esquecera. Então estava disposta a tentar reconquistá-lo. Ao pagar os sorvetes, com muita relutância perguntou por seu nome e com a resposta pôde constatar que realmente era ele.
Voltou para onde seus amigos estavam e contou tudo. A incentivaram para tentar algo. Planejaram como faria e seguiram em direção próximo ao carrinho.
A jovem estava em dúvidas se deveria voltar e tentar algo. Dentro dela existia a imensa vontade de estar perto dele, mas ao mesmo tempo algo gritava para que ela simplesmente continuasse a se divertir com seus amigos. Um sussurro o qual ela ignorou. Ao se aproximar, Priscila não se aguentou de tanta euforia e acabou fixando seu olhar para ele. Começou a falar um tanto nervosa o quanto se lembrava dele e se ele gostaria de dar uma volta no dia seguinte com ela pelos velhos tempos. Ele simplesmente concordou com a proposta dela e entregou os sorvetes para ela e seus amigos, que seguravam o riso ao verem o quanto Priscila tentava disfarçar a situação que acabara de passar. Mas havia alguém do outro lado da praça, encostado numa árvore em meio, que ficou a reparar aquele grupo e por sorte ou não do destino, havia escutado sobre a volta daquela jovem.
Chegando em casa a jovem Priscila não parava de pensar no seu ex e em tantas coisas que na sua mente se passava para o dia seguinte. Sua ansiedade aumentava cada vez mais e os sussurros voltavam cada vez mais como um aviso de que algo aconteceria.
Priscila sempre tentava entender o que diziam os sussurros, mas nada adiantava. Então resolveu tentar deixar pra lá e foi fazer suas coisas de casa. Enquanto limpava e organizava suas coisas, foi pensando em como seria o encontro do dia seguinte. Estava muito ansiosa, porém nervosa.
Terminou seus afazeres já era noite, então tomou um banho, colocou seu pijama e deitou-se, já que pela manhã tinha algumas pendências para resolver.
Ao fechar seus olhos, os sussurros tornaram-se mais fortes, mais altos, o que a deixou muito assustada, pois pôde entender a primeira frase. Respirou profundamente e se concentrou apenas em sua respiração. inspirava e expirava por várias vezes para tentar se acalmar. Após alguns minutos estando mais calma, acabou dormindo, porém teve um sonho que parecia um aviso, uma mensagem, mas ao acordar esqueceu-se totalmente do sonho.
Levantou-se sentindo uma leve dor de cabeça, mas achou que fosse devido ao cansaço. Foi até o armário de sua cozinha para pegar um comprimido e tomou. Voltou para o seu quarto, escolheu uma roupa básica e foi para o banho, que foi breve.
Depois de se arrumar, pegou sua bolsa, escreveu um bilhete aos seus pais informando para onde estava indo e o possível horário que chegaria. Fechou todas as janelas, portas e saiu rumo ao compromisso. Entrou no ônibus e alguns minutos depois chegara no local.
Após duas horas resolvendo, foi para alguma lanchonete para tomar café. Era uma lanchonete rústica com um toque de sofisticação que tinha nesse local, um daqueles lugares que você se sente em casa, fora o silêncio que faz com que você possa se concentrar seja no que for. Estava quase próximo a hora que ela iria se encontrar com ele. Seu coração parecia que mal podia se conter com tanta ansiedade. Priscila estava tão atordoada em inúmeros pensamentos que não notou a presença do homem se aproximando dela. Ele tocou suavemente em seu ombro e sussurrou algo que ela não entendeu e se virou numa rapidez enorme por estar assustada. Ela não parava de olhar para o homem à sua frente de um porte alto, muito bonito, de uma beleza e elegância a qual ela jamais vira em toda sua vida. Ela tentou falar qualquer coisa para não parecer uma tola e assustada, mas sua voz falhou. Ela só assentiu positivamente com a cabeça para ele que logo se afastou, sumindo entre as pessoas. Ela logo voltou a si observando novamente a hora e saiu da lanchonete, indo em direção ao parque onde havia marcado o encontro. A jovem Priscila não notara, mas o dia tinha se passado muito rápido, estava tudo ficando escuro e o tempo se fechando. Algo tentava lhe dizer que esse encontro não era para acontecer.
Ela se sentou no banco da praça e ficou esperando. Quando viu ele indo em sua direção com buquê de rosas brancas, ela rapidamente se levantou pegando o buquê e o abraçou forte, quase como se ela esperasse por aquele abraço por muitos anos.
Então foram caminhar pela praça enquanto conversavam. Ele comentou que tinha um lugar especial para mostrá-la. Ela simplesmente concordou e seguiram caminhando pela praça conversando por horas sobre inúmeras coisas. O que esses dois jovens não notaram foi a presença de um homem a qual a jovem Priscila já tinha sido cordialmente apresentada pelo destino também estava por lá entre as árvores os observando numa noite a qual a tempestade se aproximava. Priscila não notara que as horas haviam se passado, ela só se importava de aproveitar a companhia que estava cada vez mais agradável, mas por ironia ou não do destino, o tempo se fechou e começou chuviscar. O céu já estava completamente escuro e não tinha ninguém além deles naquela praça, onde geralmente sempre tinha alguns jovens ou idosos caminhando.
Eles pararam no banco em frente a um lago que havia na praça quando começaram a notar que o chuvisco não era só uma simples nuvem, então decidiram procurar algum lugar para esperar a chuva passar e assim poderem ir embora. Ao se levantar, Priscila ouviu o sussurro novamente, mas dessa vez estava muito mais alto. A mesma sentiu uma dor muito forte na sua cabeça e quase caiu no chão, colocando a mão nos ouvidos como se tentasse abafar algum som. Ele olhou para Priscila um tanto assustado, mas logo a segurou pela cintura, a aparência dela estava estranha, ela estava ficando pálida. Não demorou muito e a chuva começou. Escutaram um galho de árvore se quebrando e assustados, ambos viraram para trás olhando ao redor. Priscila sussurrou um tanto nervosa pedindo para que eles saíssem logo dali. Mas algo chamou a atenção dele, o barulho novamente aconteceu e o sussurro veio como uma nova onda de força em Priscila, que dessa vez quase desmaiou.
Desesperado pegou Priscila no colo e saiu às pressas procurando por um abrigo para cuidá-la. Algumas caminhadas depois, ele encontrou uma minúscula casa de madeira. Só havia uma área coberta e no interior tinha apenas uma cama.
A colocou na cama e saiu para ligar pra ambulância. Enquanto esperava ser atendido, escutara alguns barulhos. Rodeou a casa, porém nada de vestígios de outra pessoa. Finalmente fora atendido. Explicou todo o ocorrido e quando voltou para dentro da casa, Priscila já não estava mais lá. Na cama estava apenas o celular dela. Nunca mais a encontrou.
Escrito por Morgan e Fernanda.
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