Não era esse...

Como tradição de família, o Senhor Álvaro estava terminando de colocar sua barba de papai-noel. Faltava pouco tempo para o natal, então se apressou, pois, estava muito ansioso para presentear seus netos, então logo já estava pronto. Pegou os presentes, colocou no saco e junto de sua esposa, foram para a casa de uma de suas filhas.

Chegaram por volta das 23h56. Sua esposa, Amélia, entrou primeiro. Álvaro saiu do carro e esperou dar o horário, que não demorou muito. 

Ao som de fogos, foi caminhando em direção a casa de sua filha. Abriu a porta desejando feliz natal para todos, abraçou cada um, emocionando-se junto dos demais. 

Por fim, era  hora de dar atenção para as crianças. Sentou-se numa poltrona que prepararam especialmente para ele, de veludo vermelho, ao estilo medieval. Abriu o grande saco vermelho e pegou o primeiro presente, chamando seu neto. Entregou-lhe o presente, dando um abraço e desejou feliz natal. Quando o menino abriu e viu o carrinho que tanto queria, chorou de felicidade e abraçou novamente seu avô.

Chamou, então, a próxima criança, sua neta. Entregou-lhe o presente e a abraçou. Era uma boneca que estava sendo muito vendida, da qual a menina falava sem parar. Tirou a foto, indo brincar com seu tão sonhado presente, em seguida.

Assim seguiu com os seus demais netos, chegando na última. Rebeca, a mais velha dos netos, de oito anos, aproximou-se torcendo para ser o que escrevera na carta. Seu avô entregou o presente com a maior felicidade, dando um abraço demorado. Rebeca abriu seu pacote depressa, ansiosa, mas ao ver que não era o que queria, ficou triste, decepcionada, mas não demonstrou. Tirou a foto com seu avô e seguiu para onde seus primos estavam. Já na porta, escutou Álvaro pedindo por refrigerante, então se ofereceu para trazê-lo. Seu avô agradeceu e voltou a conversar, enquanto tirava  a barba e o gorro.

Rebeca seguiu para a cozinha. Pegou o copo e aproveitou que o refrigerante era escuro, para colocar pimenta, pois sabia que seu avô tinha alergia, colocando uma colher cheia. Logo levou, entregando-lhe e correu para fora, onde as outras crianças estavam.

Não demorou muito quando pôde escutar seus pais e tios preocupados com Álvaro, pedindo copo d’água, o chamando pelo nome. As crianças escutando, caminharam para a sala, mas foram impedidas de entrarem. Segurado por seus filhos até o carro, foi para o hospital.

Rebeca era a única que continuou brincando, fingindo ter gostado do presente.

Horas depois, Rebeca soube que seu plano deu certo.

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