Tic-Tac da Morte
Sentada em um banco de alguma praça com um sorvete em sua mão, Susana avistou aquele ser estranho indo em sua direção, porém estava flutuando, o que deixava tudo mais bizarro. Em menos de um minuto estavam frente a frente. A mulher se levantou para correr, mas a criatura impediu, paralisando-a no banco e então esticou sua mão canhota com a palma para cima, onde estava um bilhete completamente amassado. Logo lhe entregou. Com muito medo pegou de imediato o papel e com dificuldade, pois as letras eram quase ilegíveis. Com muito esforço, conseguiu entender:
"Você tem até a meia-noite para resolver um enigma, senão morrerá. Preste atenção ao seu redor e nas pistas. Agora acorde!”
Quando leu a última frase, acordou num pulo, assustada. Olhou para o lado e coincidentemente estava quase na hora de seu relógio despertar, então se sentou, ficando alguns minutos em silêncio. Logo se levantou e fez o de sempre. Tomou seu café e se preparou para ir trabalhar. Quando pegou sua agenda para olhar os horários de seus clientes, se deparou com um pequeno papel totalmente amassado e ela se arrepiou, pois, parecia muito o de seu sonho. Suando frio abriu lentamente o papel, mas suspirou de alívio quando viu que não tinha nada. Olhou os horários e ligou para sua primeira cliente para confirmar a corrida. Tudo confirmado, foi para o endereço, que era em uma cidade vizinha, com distância apenas de meia hora.
Logo estava na cidade, a qual não conhecia muito. Deixou a mulher no destino e foi abastecer o carro. Aproveitando que sua próxima corrida seria apenas após duas horas, decidiu conhecer um pouco da cidade.
Enquanto diminuía a velocidade, parando no semáforo, olhou para o lado e se espantou quando viu que estava na rua da praça de seu sonho. Sem pensar duas vezes, ela mudou a rota, indo para a praça. Se arrepiou toda quando viu o banco em que estava no sonho, indo diretamente até ele.
Sentou-se e observou o seu redor, tentando encontrar algo que pudesse lhe responder e ajuda-la no enigma. Ao lado esquerdo havia uma pessoa usando uma peça de roupa que parecia com o capuz da criatura. Sem hesitar, levantou-se e caminhou em direção a pessoa. Ao aproximar-se, tocou no ombro dela.
— Com licença. Gostaria de uma informação sobre… - foi interrompida.
Antes de terminar sua frase, o moço de capuz sem levantar o rosto, lhe entregou um papel branco dobrado e saiu correndo sem ao menos dizer algo a mais. Então, Susana, abriu o papel com a seguinte frase:
“Procure o brinquedo de sua infância e encontre a próxima pista.”
Respirou fundo caminhando em direção de algumas crianças e ao se aproximar, logo viu o brinquedo. Uma gangorra. Rodeou todo o brinquedo procurando por mais resposta. Na primeira não encontrou nada. Olhando a quinta gangorra, encontrou algo de diferente. Uma flecha vermelha recém-feita, apontando para esquerda, seguindo em direção no mesmo instante.
Caminhou alguns metros, olhando cada pedaço ao seu redor, com muita atenção para encontrar a próxima pista. Logo encontrou. As únicas flores diferentes ali plantadas - coincidentemente a flor favorita dela - eram Tulipas. Se aproximou de imediato e vasculhou, encontrando uma folha intacta entre as flores, ao fundo. E nele estava escrito:
“Essas flores eu sei que são as suas favoritas porque te remete a alguém. Olhe ao seu redor e com muita atenção para entender o porquê de estar aqui.”
Imediatamente olhou para os lados, mas nada que lhe chamasse a atenção, nada encontrava. Com o papel em sua mão destra, começou a caminhar, olhando para cada detalhe da praça, mas não estava encontrando nada que poderia ser a próxima pista. A resposta ela tinha, porém, nada ali era a resposta. Sentou-se em um dos bancos e ficou por alguns minutos tentando entender. Leu novamente o papel, olhou onde as crianças estavam e se levantou, indo em direção a elas. Após alguns passos e sem parecer suspeita para os pais, aproximou-se, mas ali não havia nada que pudesse ser alguma pista. De repente se deu conta que estava ali há algum tempo e seu celular não parava de tocar. Já haviam várias chamadas perdidas e todas eram de seus clientes. Nesse tempo em que procurava por pistas, sentia que o mundo parou e nada mais existia além do parque. Notou que, apesar do pouco que fez, passaram-se horas e a chegada da noite estava perto, a desesperando. Percebendo que estava sozinha, na verdade.
Decidiu ir para a casa. Caminhando até o parque se deu conta que voltou para o lugar anterior Caminhou de novo e quando estava perto de seu carro, voltou para dentro do parque. Sabia que se não terminasse, não sairia dali. Então andou no parque para tentar encontrar as outras pistas. Nada. Olhou o relógio e incrivelmente eram 23h55. Tentou voltar para o carro. Perto do automóvel começou sentir sendo sufocada e cada vez era mais sufocada ainda. Tentou de todas as formas, alcançar seu carro, mas foi em vão, não conseguiu escapar.
Sua alma está presa no parque, à procura da última pista…
Caralho esse conto é bem assustador muito da hora congratulations Lady Morgan
ResponderExcluirMuito obrigada mesmo, Claudio! Fico feliz que tenha gostado.
ExcluirComo sempre a rainha dos contos entregando algo magnífico 👏💖
ResponderExcluirAh, obrigadaaa! Fico imensamente feliz por isso. E que bom que estão gostando dos contos.
ExcluirBoa tarde. Como sempre nos deixando com gostinho de quero mais. Vc é sensacional. Será que teremos uma continuação?
ResponderExcluirBom dia!
ExcluirObrigada, de verdade!
Talvez, quem sabe. rs