Procura-se Karolyne

Estava na hora de cantar parabéns, então, Rodolfo chamou as crianças. Todas, exceto sua filha, a aniversariante, estavam na mesa. Pensando que poderia ser mais uma brincadeira dela, disse que brincariam depois  à vontade. Nada de resposta. Nenhum amigo dela sabia onde estava, não notaram o sumiço.

Preocupado, começou olhar cômodo por cômodo, junto de sua esposa, Samantha. Nada. Olharam o quintal, mas foi em vão. Não havia pista alguma sobre onde estava sua filha. O desespero tomava conta não só dos pais de Karolyne, mas dos convidados

Juntos do casal, formaram três grupos de 6 pessoas e começaram a procurar por toda a rua. Nenhum sinal.

Samantha, desesperada, ligou para a polícia aos prantos. Disseram que estavam mandando viaturas. Quinze minutos após a ligação, duas viaturas chegaram.

Iniciaram as perguntas, começando pela mãe.

— Eu estava  terminando de arrumar a mesa junto de meu marido para cantarmos parabéns. As crianças estavam no quintal junto de seus pais e minha filha também, brincando na cama-elástica. - respondeu com as mãos sobre seu rosto, num desespero doloroso. — Eu só quero minha filha de volta e que a pessoa seja punida.

Respondeu mais algumas perguntas em meio a tantas lágrimas, com muita dificuldade de pronunciar cada palavra. Aquele local era um dos mais seguros da cidade, o que não conseguia entender como ela sumiu sem deixar vestígios, nem mesmo um grito de socorro.

Os pais das crianças também foram questionados e todos responderam semelhantemente: que ela estava o tempo todo ali e sumira quando estavam indo em direção a cozinha.

Então iniciou a investigação. Interditaram um extenso perímetro, próximo à casa, entrevistaram alguns dos vizinhos. Nenhum sinal da presença dela, nenhum sinal do que poderia ter acontecido. Com detalhes, os pais a descreveram e relataram todos os passos dela daquele dia.

Ela tem 7 anos, possui cabelo acima dos ombros, ondulado, na cor mel, como o de sua mãe, os seus olhos são de um verde intenso como os do pai, de pele branca, por volta de 1,22 de altura. Durante o dia estava usando uma blusa rosa com mangas curtas, calça jeans branca, tênis combinando com a blusa. Com sua pequena bolsa azul, que sempre estava com ela. O cabelo estava solto. 

Na festa estava usando um vestido rosa com estampa de boneca, de alças grossas, abaixo dos joelhos. O cabelo em um rabo de cavalo. 

Sempre brincalhona, carinhosa e atenciosa com as pessoas. 

Tomou seu café da manhã e foi passear com a babá enquanto a casa era decorada para a festa. À tarde, após o almoço, voltou para a casa e dormiu. Duas horas antes dos convidados começarem a chegar, foi acordada por sua mãe para ir se arrumar. Enquanto esperava seus amigos chegarem, ficou conversando com um dos montadores da cama-elástica. Com cautela, ele se aproximou dela, conseguindo algumas respostas. Trabalho finalizado, pegou seu pagamento e foi embora a pé, não quis a carona que lhe foi oferecida. Ansiosa para brincar, não esperou os convidados e ficou pulando por alguns minutos até seus pais a chamarem para receber seus amigos. Ela desceu com a ajuda do pai e seguiu para a sala de mãos dadas com ele.

Abriu o presente, uma boneca de pano, seu tipo favorito. Agradeceu e junto de sua amiga começou a brincar. Os convidados foram chegando, pais e seus filhos. Não eram muitas pessoas.

As crianças revezaram a cama-elástica entre si durante toda a noite. Karolyne também, até o momento de cantar parabéns.

Samantha e Rodolfo estavam finalizando a mesa onde estava o bolo, enquanto os convidados entravam.

Os policiais começaram vasculhar a casa. Toda pista era de extrema importância. Mas não havia nada que pudesse levá-los a algo. Nada estava fazendo sentido.

Enquanto acontecia a investigação, um policial apareceu dizendo que encontraram uma criança dentro de um carro abandonado e que batia com as características de Karolyne. Imediatamente entraram em contato com os pais da garota, dizendo o ocorrido.

Eles seguiram às pressas para o local, que em poucos minutos chegaram. Caminharam em direção ao delegado e Samantha foi logo perguntando onde estava o carro e a criança. Rodolfo, apesar de muito nervoso, tentava acalmar sua esposa a abraçando. O delegado, com muita cautela, informou que a menina estava com marcas de cordas nos punhos e pés, não havia marcas de agressões, mas estava muito abalada emocionalmente.

Seguiram o delegado até onde estava a menina, que não parava de perguntar por seus pais. E poucos metros adiante, Samantha e Rodolfo choraram de alegria por constatar ser Karolyne. A mãe correu para os braços de sua filha e a encheu de beijos. Seu esposo também.

Com base na descrição de Karolyne, confirmaram que foi um dos rapazes que montaram a cama-elástica. Encontraram no dia seguinte, o prendendo.

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