Por Engano

Durval já estava a caminho em seu carro, vestido com uma de suas fantasias de palhaço, pois estava indo para uma festa a trabalho. Seria ao ar livre, alguns quilômetros de distância da cidade. Para não manchar sua maquiagem, ele colocou o ar condicionado no mínimo, estava um clima muito agradável. Estava aproximando do local da festa, um quilômetro apenas, mas conforme se aproximava, notou que havia um carro cinza muito próximo. Pensou ser algum convidado, o fazendo desacelerar para o motorista passar. Quando o carro se aproximou. Durval ficou esperando ele passar, mas não foi o que aconteceu.

O carro cinza parou alguns metros a frente e junto do motorista, desceu o passageiro, seguindo em direção ao carro do palhaço, com expressão de fúria.

O passageiro, de olhos azuis-escuros, seguiu em direção a Durval com um olhar que causaria medo em qualquer um. Com um olhar do qual Durval jamais esqueceria. O mesmo parou de frente a porta do carro, com aquele olhar penetrando a alma pura de Durval, algo estava preste a acontecer, que mudaria toda a trajetória. O misterioso em sua frente, em um piscar de olhos, quebrou o vidro do carro, e dopou Durval que começou a inalar um produto o qual foi lhe deixando sem forças, o fazendo desmaiar.

Ao acordar após algumas horas inconsciente, abrindo seus olhos com certa dificuldade, ele estava sobre uma mesa, ainda com sua veste de palhaço e todo ensanguentado. Estava amarrado e aqueles olhos azuis estavam vindo em sua direção falando umas palavras a qual pareciam ser uma espécie de ritual satânico, que Durval não fazia ideia porque haveria sido escolhido.

Observando o seu redor, notou que estava em um cômodo de uma casa abandonada. As paredes brancas com símbolos satânicos, alguns livros jogado por todo o lugar, de variados temas. Além da mesa onde Durval estava, tinham seis cadeiras formando um pequeno círculo em volta de um pentagrama mal desenhado com giz, todos os móveis em um tom de marrom envelhecido. Sobre a mesa, em cada ponta, possuía um espesso bracelete de couro, onde Durval estava preso.

O rapaz de olhos-azuis ficou parado, encarando aquele palhaço por alguns minutos, pensando em cada coisa que fizera, pensando nas vítimas. Respirou fundo e foi preparar o ambiente para o ritual. Começou colocando as velas e cadeiras por volta da mesa. Por fim, o livro do qual usariam naquela ocasião, sem esquecer do principal, amordaçar  Durval, que já estava em completo desesperado, se debatendo. 

Após alguns minutos, seu parceiro chega e tranca a porta, colocando sua mochila ao lado. Pega uma tesoura extremamente afiada e caminha em direção a mesa. Pega o livro, abre na página que precisam, dizendo:

— Então é esse aqui que está deixando a cidade com medo? Agora quem vai sentir é ele! - respondeu o encarando com seus olhos castanhos-escuros e passando a tesoura sobre o rosto de Durval.

No olho de Durval , era o puro olhar de pavor e medo. Seu corpo inteiro se arrepiava com a lâmina da tesoura em seu rosto, ele mal conseguia entender o porquê estava passando por aquilo tudo. O mesmo fechou os olhos e implorou para que sua morte fosse rápida e sem dor. Mas devido ao seu pavor, desmaiou.

Acordando horas depois, Durval começou a escutar uma voz gritando o seu nome, uma voz a qual ele não conhecia, mas sabia que precisava responder a essa voz. O mesmo abriu os olhos e lá estava uma moça pedindo para que ele fugisse daquele lugar. 

Então Durval rapidamente olhou em sua volta e notou que não estava mais amarrado, a moça havia soltado, o mesmo não estava conseguindo ficar em pé e a jovem correu para o ajudar a sair daquele lugar. Enquanto caminhava até a saída, Durval jurava vingança por tudo que havia passado. A vingança de Durval seria tão pior quanto o que fizeram com ele. 

Após algumas semanas já recuperado, Durval planejava arduamente sua vingança, havia conseguido os nomes das pessoas que o atacaram e estava seguindo cada um deles, para o momento certo que eles iriam pagar pelo que fizeram.  A jovem que havia lhe salvado se chamava Anna e ela o deixou que ficasse em sua casa, ela havia passado por horrores por conta da seita. Horrores, da qual fazia a mesma gritar todas as noites antes enquanto dormia e isso fazia Durval sentir que precisava curar tudo.

Relembrando, com muita angústia, daquele lugar onde por pouco tiraram sua vida, pensou por algum tempo o que poderia fazer para vingá-los. Logo teve uma ideia e sem hesitar, pegou suas coisas e foi embora sem despedir de sua nova amiga.

Pegou um táxi que estava próximo à casa e lhe deu um endereço próximo do real local que iria, não queria que o motorista suspeitasse, já que é um lugar onde ocorria crimes, dos mais leves aos mais pesados que possa imaginar.

Alguns longos minutos depois chegaram no endereço indicado. Durval saiu às pressas e caminhando seguiu seu verdadeiro rumo, que demorou meia hora para chegar e mais alguns minutos para conseguir entrar com segurança. Para a sua sorte, a casa abandonada estava com poucas pessoas, que eram apenas moradoras de rua. Passou por entre elas e seguiu rumo a sala onde aconteceu seu maior pesadelo. Ficou parado ao lado da porta para saber se havia alguém lá dentro. E havia! Os dois dos quais o capturaram. Suspirou.

Ao se aproximar da porta, a mesma se abriu e para disfarçar, caminhou em direção a saída, fingindo estar indo embora, de cabeça baixa para não ser reconhecido. Saiu da casa e seguiu para o outro lado, ficando por um tempo. Voltou assim que os dois foram embora, pois sabia que naquele cômodo só os dois tinham acesso. O único lugar da casa que tinha proprietários.

Assim que o carro se distanciou, Durval retornou para dentro, às pressas, em direção ao cômodo, mas for surpreendido quando deu de cara com a porta trancada. Não havia pensado nessa possibilidade. Foi até o grupo de moradores de rua na esperança de ter alguma ajuda para abrir aquela porta, mas todos se recusaram a ajudar, pois tinham pavor de chegar próximo dali.

Sentou-se no chão e abriu sua mochila. Procurava por algo que poderia abrir a porta. Encontrou um clipe e o abriu sem dificuldade, deixando a ponta para fora. Guardou a bagunça que fizera e foi para a porta novamente.

Com cautela começou mexer o clipe na fechadura, girava para um lado, para o outro e nada. Mais uma tentativa e deu certo, porém quando ia abrir a porta, os dois rapazes voltaram furiosos. O desespero tomou conta de si. Fechou a porta e entrou às pressas no cômodo ao lado, que por sua sorte estava vazio.

Escutou os rapazes furiosos brigando com alguns homens de que não fizeram nada a quem tentou entrar em sua sala. Com pavor, é claro, imploraram por perdão. Os dois apenas deram de ombros e entraram.

Durval, aliviado, respirou fundo e relaxou o corpo tenso. Sentou-se no chão por alguns minutos e se hesitou um pouco de sua decisão. Mas subitamente ele se levantou, retirou o machado de sua mochila e saiu em direção ao cômodo ao lado. Antes de abrir a porta, pediu silêncio ao grupo próximo.

Suspirou profundamente e sem cerimônia, abriu a porta, indo em direção ao de olhos azuis, o golpeando sem dó alguma. Mas Durval não esperava que seria golpeado pelas costas com uma faca, de forma quase brutal. Porém, mesmo assim, não largou seu machado e tornou a golpeá-lo novamente, acertando o pescoço, se encharcando de sangue. Com dores alucinantes, virou-se para trás, se esquivando, pois o rapaz de olhos castanhos tentou atacá-lo novamente. Rapidamente Durval se virou atacando o outro homem com toda a fúria e é vingança que estava estampado em seus olhos. Ele foi com tudo para cima do homem dando machadadas em seus braços e pernas. O mesmo tentava se esquivar dos golpes, mas sem sucesso, estava machucado, Durval puxou o mesmo pelo pescoço e o encostou com força contra a parede. Na mente de Durval passava todas as pessoas que poderiam ter sofrido o que ele passou, ele precisava parar com tudo isso rapidamente. Durval finalizou aquele homem com um golpe final em seu pescoço, quebrando o mesmo com força. E saiu em disparada, cambaleante, rumo a mulher que lhe ajudou quando foi sequestrado. Com muita sorte conseguiu dirigir até a casa de sua amiga.

Durval estava a horas de distância de Anna e não imaginava a surpresa que teria ao chegar lá. Só que Durval não imagina a surpresa que lhe esperava. Após algumas horas de viagem ele chegara no local e ficou por alguns minutos em seu carro, refletindo o que acabara de fazer, sentindo seu corpo estremecer intensamente, a adrenalina estava se esvaindo, deixando sua consciência clarear. Respirou fundo e antes de sair do carro, olhou ao redor para que ninguém o visse ensanguentado. Rua vazia.

Saiu depressa e bateu no portão desesperadamente, com medo de alguém vê-lo naquela situação. Para sua sorte, a moça que o ajudou veio rapidamente. Ele entrou às pressas, sem nem esperar o que ela tinha a dizer. Tarde demais. E assim descobriu que ela ajudou os homens a sequestrá-lo, olhando o corpo daquele de olhos azuis, em sua sala.

Com sorriso macabro em seu rosto, ela confessou todo o plano dos três, mas o que ela não sabia é que Durval não era o palhaço assassino da cidade.

Afinal, quem é o palhaço assassino da cidade?


Escrito por Morgan e Fernanda.

Comentários

  1. Quem será que é o palhaço assassino da cidade que mistério parabéns Lady Morgan 👏👏👏👏

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    Respostas
    1. Este ano será revelado!
      Muito obrigada pelo apoio de sempre, Claudio.

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