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Alimento Venenoso

No relógio marcava 00h00 quando Natacha decidiu ir para a sua casa. Estava na casa de sua amiga, que fizera uma pequena festa entre os amigos. Moravam próximas. Natacha sentia um pouco de medo da noite, porém desta vez teve de ir sozinha para seu lar. Deu mais um abraço em sua amiga, despedindo-se dos demais. Olhou para a rua através das grades do portão e certificou-se de que estava vazia, que para ela, era mais seguro. Já na calçada, observou o movimento e estava completamente vazia à não ser por alguns gatos perambulando no local. Ela suspirou e deu seu primeiro passo, sentindo-se segura para prosseguir, indo em direção ao caminho mais rápido, uma estrada de terra, com pouca movimentação. Estava esfriando, o outono estava dando seu lugar para o inverno. O vento que soprava sobre Natacha, guiando seu cabelo para uma dança agitada, estava gelado, mas ainda suportável. Com sua pele completamente arrepiada, acelerou os passos, torcendo para chegar logo em sua casa. O que lhe acalmava er

O Jogo das Velas

  — Reuni vocês aqui porque tive uma ideia para hoje! Envolve a lenda Hyaku Monogatari - disse Yuri, olhando para as cem pessoas ao seu redor. — Formaremos um círculo e cada um terá uma vela. As acenderemos uma por uma e cada um de nós contaremos algum fato envolvendo fantasmas, apagando a vela ao término da história. Dizem que ao apagar a última vela, fantasmas serão atraídos para o local. Escolhi o hospital abandonado, já que é próximo à festa. O que acham? Aceitam participar? - perguntou ansioso e empolgado. Antes de dizerem qualquer coisa, ficaram em silêncio, encarando Yuri, pensativos, até que uma das pessoas respondeu: — Eu aceito participar! - levantou a mão em seguida. E assim todos aceitaram participar. Yuri sentiu-se em êxtase. O combinado foi iniciar após a festa e que a última vela fosse apagada às 03h00. Concordaram. À noite, por volta das 19h00, Yuri foi para a festa muito ansioso. Chegou no local, cumprimentou sua melhor amiga, mostrou-lhe as cem velas com grande animaç

Magda M.C

O dia estava frio, nublado. Havia uma moça perdida onde o silêncio prevalecia e somente os cantos dos pássaros ela ouvia. Caminhou alguns metros adiante e sentou-se na gélida pedra de cimento, que possuía uma estátua de uma mulher de costas para quem chegasse. Nela, a falecida estava ajoelhada, com o cabelo levantado pelo vento e as mãos apoiadas nos joelhos. Seu rosto estava coberto pelo cabelo, não dava para ser identificada, a foto na lápide estava manchada. Olhou o nome e estava apenas escrito Magda M.C. Com as datas: 1960-1984. A estátua, seu nome e data eram as únicas coisas que se referiam a quem morreu. Ela lamentou tentando imaginar o que acontecera com Magda e se levantou com sua cabeça baixa. Por algum motivo a morte dela lhe entristeceu. Com tristeza em seu peito, caminhou em direção ao final do cemitério e lá ficou em um mausoléu abandonado, escondida das pessoas que aos poucos lotava o local. Era alguma data em especial, porém ela não sabia qual. Encolheu-se no mausoléu e

Novo Vizinho

Apenas três dias que o moço se mudou e já percebo atitudes estranhas vindo dele. Curiosa como sou, decidi investigar por conta própria. Ele já começa logo cedo, às 06h00. Levantei com muito esforço às 05h00 para me preparar, então me levantei, tomei meu banho, preparei o café e depois de tudo organizado, me sentei em frente à janela que dá de frente para a casa dele. Com caderno e caneta, fiquei na espera. Ele era pontual, então fiquei assistindo qualquer coisa na televisão até o horário, que parecia nunca chegar. Olhava para o relógio com a ansiedade aumentando cada vez mais, até que na próxima checagem, o ponteiro estava marcando o horário tão aguardado. Desliguei a televisão, posicionei minha cadeira de maneira que ele não me visse. Logo saiu. Sempre com expressão de cansaço, parecia estar ansioso, preocupado. Segurei meu caderno e caneta, comecei a anotar. 06h00: coloca dois sacos de lixo (nesses três dias foram exatamente dois) ao lado de sua lixeira, analisa o movimento da rua co

Algo Me Acompanha

     No relógio marcava 06h00. O sol havia nascido parcialmente, estava frio, mas na região era o comum. Sonolento, Evandro levantou-se e encarou por alguns minutos a janela de frente para sua cama. Respirou fundo e levantou-se. Tomou seu banho, vestiu-se e saiu rumo a padaria, seu dia não começava sem aquele saboroso pão. Pão comprado, agradeceu ao padeiro e seguiu de volta para sua casa, que ficava a alguns metros. Enquanto caminhava, notou que estava seguindo um rumo totalmente diferente. Não conhecia o lugar, as casas, as pessoas. Era tudo novo para ele. No mesmo instante o desespero tomou conta de si, não sabia o que fazer, para onde fugir. Olhou para os lados e teve a impressão de ver uma densa sombra o espiando em um muro, respirou fundo e tentou não se apavorar. Caminhou mais alguns metros e quando percebeu, estava no caminho de sempre. Olhou para todos os lados, reconhecendo cada casa. Seguiu às pressas para sua casa e entrou eufórico. Colocou o saco de pães sobre a mesa e f

Não Quero que Vá Lá!

Faltavam poucos quilômetros para chegarem ao destino de suas férias. O casal estava ansioso, pois ficariam totalmente distantes da cidade. Escolheram a fazenda do amigo de Henrique, ficariam as férias inteiras. Meia hora depois, enfim, estavam no destino. O amigo de Henrique já estava no portão, havia decorado horários em que possivelmente chegaria até sua fazenda. Henrique logo sorriu ao ver seu amigo do qual não via há meses, a distância os atrapalhavam. Um acenou para o outro e Henrique seguiu a pequena estrada em direção a fazenda. O amigo seguiu logo atrás em sua caminhonete. A esposa de Henrique, Rosandra, estava ansiosa para conhecer o local, já que é apaixonada pela natureza. Logo chegaram. — Aqui é muito lindo! Já disse para Henrique que futuramente quero comprar uma fazenda para essas ocasiões, morar em lugar agitado às vezes só nos deixa doentes. - disse Rosandra, logo após sair do carro, olhando ao redor com toda cautela, sem perder nenhum detalhe. — E está certíssima! Cida

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